Olá, Olá Nerds, assisti o novo filme da franquia Cloverfied, confira abaixo a crítica!
Eu sinceramente estava com o hype elevado para esse filme, sou fã incondicional da franquia Cloverfield e este, em específico, marcaria o retorno de J.J Abrams (que também sou fã incondicional) através da Bad Robot, ou seja, seria a fome junto com a vontade de comer. Se vocês acompanham o site, sabem que fiz um post com os
15 filmes mais aguardados de 2018 e Cloverfield estava entre eles.
A possibilidade de ter um filme que conseguiria interligar os outros dois e ainda dar uma conclusão ou uma continuação interessante me fazia ter uma expectativa que, agora percebo, era exagerada.
Eu, sinceramente, gostei de The Cloverfield Paradox, mas não tenham dúvidas que gostei APENAS por ser FANBOY da franquia (embora depois dessa crítica eu precise repensar a respeito do "fanboy"). A ideia central é excelente, o pano de fundo é bom, não é novo, mas é bom, o enredo é interessante mas, lamento J.J, o filme não é bom.
A Partir daqui teremos Spoilers, então cuidado!
Dirigido por Julius Onah (J.J Abrams produziu, através da Bad Robot, sua produtora) o filme conta a história dos tripulantes da Shepard uma estação espacial com um acelerador de partículas, cujo objetivo é acabar com a crise de energia que caiu sobre a Terra.
A questão da crise global já foi utilizada em outros filmes de futuro distópico, mas como falei esse pano de fundo é bom e dá margem para diversas situações, inclusive de desenvolver uma fonte geradora de energia no espaço para suprir a Terra, entretanto aqui começa o primeiro problema de The Cloverfield Paradox.
Ok, a gente suspende a descrença e aceita que um acelerador de partículas pode trabalhar como um gerador, mas energia infinita? Isso é... bem, exagerado, além disso como essa energia seria transmitida até a Terra? Sim, pegamos o primeiro furo do filme!
O roteiro acaba entrando no campo do multiverso, mais precisamente a Interpretação dos Muitos Mundos, que você pode conferir clicando
aqui. A partir daí o filme fica confuso e em muitos momentos insulta a inteligência de quem está assistindo.
Um dos astronautas é o brasileiro Monk Acosta (É... faltou um pouco de pesquisa), ele está assistindo uma entrevista na TV (?!) onde um especialista fala sobre um suposto "Paradoxo Cloverfield" (nome dado só pra fazer sentido dentro da franquia, o que é frustrante). Esse especialista afirma que se o acionamento do acelerador de particulas não sair de acordo com o previsto, ele poderia "bagunçar o espaço-tempo" permitindo que monstros e demônios surjam em diferentes locais e em diferentes momentos, uma tentativa de fazer um link com
Cloverfield: Monstro e
Rua Cloverfield, 10. Logo em seguida há o acionamento do acelerador, com o público já ciente de que vai dar ruim. Um trecho obvio, cheio de furos que serve unicamente para dar uma explicação desnecessária, que ninguém pediu sobre o surgimento dos seres fantásticos dos filmes predecessores.
A Partir daí é um show de horrores, o que seria bom, já que o filme é um thriller tecnológico, mas o show de horrores fica por conta da produção.
Em um determinado momento um dos personagens (nem lembro quem, pois a maior parte é ruim...) diz: "Não sei mais quais são as regras" (ou algo que o valha) e a partir daí acontecem uma série de eventos sem sentido, desconectados da trama central e que servem em determinados momentos como um "Deus Ex Machina". Surge uma personagem nova, vinda de outra dimensão, presa na nave e não há maiores explicações sobre seu abrupto aparecimento. Descobrimos que cada astronauta tem seu
doppelgänger, mas que estão mortos com a queda da Shepard daquela realidade (exceto a protagonista, pois sua outra versão não chegou a embarcar). O astronauta irlandês Mundy perde o braço em um evento prá-lá-de-estranho e o que acontece à seguir tem um tom cômico que não combina com o teor do filme. O pior de tudo é eles descobrirem posteriormente que o braço está na nave, vivo, independente do dono e inteligente (?!?), pois é o braço que revela o local onde está a chave para levá-los de volta para sua dimensão. Isso tudo acontece dentro do segundo ato!
Não há maiores explicações sobre o que é o Paradoxo Cloverfield, nem porque tem esse nome, as coisas simplesmente acontecem e são jogadas para o expectador que tem que engolir algo que foge completamente à lógica.
O ultimo ato do filme retoma a "penetra" de outra dimensão, que quer matar o resto da tripulação para manter a Shepard em sua dimensão. Motivada pelo dilema do Bonde, ela decide matar a tripulação para salvar sua Terra, mas é detida pela protagonista que consegue levar a estação de volta para seu universo.
O final? deixo para vocês verem, se tiverem coragem.
"Raphael, Mas como você pode ter gostado de um filme ruim assim?"
Bem como falei, sou fã da franquia e do J.J Abrams, de qualquer modo, você vê o filme e consegue enxergar os elementos de Cloverfield todos lá, o terror psicológico, o elemento fantástico, a visão mais intimista, um bom protagonista etc.
Falando da protagonista, é a melhor personagem do filme, a única que foi bem desenvolvida, nos compadecemos de seu drama e nos solidarizamos com suas dores, boa interpretação da atriz Gugu Mbatha-Raw
O roteiro, como ja devem ter percebido, é sofrível, Doug Jung e Oren Uziel falham ao esquecer que um filme SciFi deve ter regras bem estabelecidas, lei a se respeitar e o que eles fazem com os acontecimentos do filme não tem qualquer linearidade, tudo é completamente aleatório e os recursos usados para alinhar a trama poderiam ser bem melhor trabalhados ou até mesmo mudado de forma, abrilhantando a narrativa.
Infelizmente The Cloverfied Paradox é um filme bem abaixo da expectativa, que desagrada até os fãs mais "coração aberto" da franquia, como eu.
Se o Debate Nerd recomenda?
Só se você for fã extremo da franquia, caso contrário, passe longe.
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